Faz dias "me devo" este prazer. Percorrer uma cidade onde se morou muito tempo, agora como visitante, é estranho mas tem as suas bondades. Faz quase duas semanas reencontrei duas amigas, duas mulheres mais novas do que eu com pensamentos claros sobre a vida. Caminhei uma barbaridade essa tarde para dar com elas: do Pátio Brasil à SQS. 210 (em nomenclatura candanga isso significa várias superquadras, eixos, eixinhos, "westes" e "lestes" pela frente). Num empório/deli perto do qual moramos (meu esposo, a filhotada e eu), conversamos sobre o tumulto que cada uma vive, sobre o caos que nos rodeia (ou dentro do qual nos sentimos), sobre a necessidade de abrir brechas num mundo confuso.
Com tudo e a diferença de idades (sei que elas não me veem tão mais velha mas sinto que dez anos é alguma coisa), três mulheres jovens sintonizamos nossas intuições para tentar compreender algo. Cada uma escutando e abrindo o peito para as outras. Foi fantástico vê-las e escutá-las dizer: "me-ni-na, que saudade... como você tá linda!". Penso na cena e rio. Ficamos em ir ao cinema. Uma das primeiras coisas que fiz ao pissar o DF foi correr tras Julia Roberts. Nunca deixaria na mão, porém, duas mulheres como estas com vontade de ver "Comer rezar amar". Se vamos, talvez choremos. A idéia aliás é ver o filme, contribuir à discussão com uma dose mínima de álcool (já houve problemas com a justiça por causa dos excessos) e vamos que para amanhã é tarde, hehehe. Se a hora de me despedir sem que a telona se concretice chega, a lembrança dessa noite de domingo na Asa Sul, afogando as mágoas em água com gás, terá valido a pena.
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