O prazer de hoje -um que vem se preparando silenciosamente- tem a ver com um tema que acho difícil de praticar. Uma antioquenha belíssima me disse uma vez que não se deve exigir infinitude das amizades. Penso nisto, curiosamente, hospedada na casa de uma família altamente solidária. Pode-se ter amigos de 15 minutos como amigos para a vida toda. Demorei... mas acredito ter entendido a moral da história.
Faz mês e meio, mais ou menos, conheci uma pessoa pelo Facebook. Começava a desligar-me de uma cidade querida. Vi uma toma feita por ela numa exposição do Museu Nacional da República e pensei: por que não entrar em contato? Fato: entrei em contato e o "risco" me conduziu a uma mulher fantástica, sensível à arte e ao tema familiar.
Conhecer alguém -o que se diz conhecer- é algo que acontece devagarinho. Sinto-me feliz de ter dado esse primeiro passo. Para "começar", aliás, inventamos um "petit tour expositif". Começamos pelo lugar que me levou a pensar em lhe conhecer: o Museu Nacional da República (quase nem acredito nesse ciclo). Vimos a mostra "Estilo de vida - Lifestyle" do israelense David Gerstein. Vibramos com os paineis tridimensionais -cheios de cor e detalhes- colados nas paredes. Dimos uma olhada na exposição "Brasília - Chandigarh" (fotografias feitas por Stéphane Herbert), um passeio pelas idéias de Le Corbusier. Mais uma olhada na "Brasília submersa" de Beto Barata. Espera-se mais de uma montagem no anexo do Museu Nacional da República mas o escafandro, os objetos encontrados lá embaixo, a toma terrorífica da boneca-vodu e a mesa (fantasmalmente servida) no fundo do lago Paranoá, valeram o invento.
Passamos às curvas das esculturas em bronze de Ricardo Stumm ("Além dos limites") na Caixa Cutural. Seguimos pela retrospectiva de Zaven Paré ("CyBer Art"). Fizemos um intervalo no café e fechamos no Átrio dos Vitrais diante da vida de Orlando Villas-Bôas. Algum dia compartilharei uma foto dela (feita por ela) para que o mundo virtual comprove o que eu vi. O que eu vejo. "Tento cultivar as minhas afinidades", lhe comentei durante a saída, num momento de franqueza. Lema ou não lema é algo que quero me dar de presente ainda nesta vida.
Fiquei com um dever de casa: encontrar mais alguma exposição/ções para ir juntas antes de me despedir de novo. "Dar um rolê", como ela disse, hehehe. Tenho duas em mente. Logo logo entro em contato com mais idéias. O prometido é dívida e conhecer pessoas, "cultivar as afinidades", definitivamente faz bem.
PS. Enquanto descubro a expressão equivalente de "boas migas" em português, mantém-se o título deste post.
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